Stalker (1979)

Talvez Stalker seja o melhor filme que eu já tenha visto. Eu não posso afirmar, mas acho que é. Ele é o oposto de uma ficção pós-apocalíptica normal, ele vai para o outro lado do épico. Ele procura outro lado da dizimação social.

Não vou dizer que é um filme universal porque não é. Tem gente que critica filmes lentos por demorarem pra progredir e Stalker talvez seja o mais lento de todos. Com mais de duas horas e meia e menos de 150 sequências (muito pouco), Andrei Tarkovsky cria um conto de um objeto espacial que desolou a humanidade e criou A Zona, uma área onde poucos têm coragem de entrar, e dos quais nenhum saiu. Diz-se que lá dentro há A Sala, que realiza os desejos, e o Stalker é aquele que consegue entrar nessas áreas. Um professor e um cientista querem chegar lá, e a gente vai junto.

O que eu acho que torna Stalker no melhor filme que eu já vi seja como ele consegue esse feito extraordinário de ser um filme em que não existe um plano sem significado, e que mesmo assim nada exala inteligência egocêntrica porque Tarkovsky sabia (eu suponho, esse é meu segundo filme dele) que filmes precisam cativar o espectador. E eles fazem isso contando histórias. E Stalker tem uma história tão fascinante e tão bem contada que ela quase (quase!) torna o ensaio sobre o encontro da ciência e da fé em algo irrelevante. É uma obra perfeita.

  • Prós: tudo. Stalker é uma experiência cinematográfica completa: seja na exímia qualidade técnica do filme, seja na história fabulosa ou no seu tema tratado de forma desconfortavelmente humana.
  • Contras: absolutamente nenhum.
  • Veredicto: talvez seja um exageiro ou uma mentira, mas Stalker é um dos melhores filmes que eu já vi, sem sombra de dúvidas. É longo, é lento, mas é tão fascinante, tão incrível, que eu ainda fico revendo cenas inteiras na cabeça, sem conseguir esquecer (e nem querendo).

Stalker (1979). União Soviética, República Federal da Alemanha. Escrito e dirigido por Andrei Tarkovsky; fotografado por Aleksandr Knyazhinsky, Georgi Rerberg, Leonid Kalashnikov; editado por Lyudmila Feiginova; trilha-sonora composta por Eduard Artemyev; com Aleksandr Kaydanovskiy, Alisa Frejndlikh, Anatoli Solonitsyn, Nikolai Grinko.

Autor: Arthur

Nada faz muito sentido.

2 comentários em “Stalker (1979)”

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