Tilda Swinton e Ezra Miller. Precisamos falar sobre o Kevin pode ser um livro fantástico. Mas como filme, só é o que é por causa desses dois.
O livro, escrito em formas de cartas da mãe de Kevin para seu pai, possui uma estrutura incrível e inadaptável da mesma forma. O que a diretora faz aqui, então, é tornar tudo o que vemos de forma não linear como lembranças. Se a escolha parece clichê, ela funciona muito bem como resultado. Afinal de contas, por mais que a figura do Kevin seja fascinante, é na Eva que temos todo o cerne do filme.
E para Eva e Kevin, vemos que Tilda e Ezra não poupam seu talento. Ela, de beleza frígida e ar áustero, e ele com sua atuação suave e emblemática. Se o filme peca no impacto (eu senti muito mais o lado da mãe — o foco da história — no livro, enquanto no filme percebi mais o fascínio pela figura do Kevin), seus intérpretes mostram que estão ali para colocar seus personagens na imortalidade.
- Prós: as atuações de Ezra Miller e Tilda Swinton; a excelente edição e fotografia; a incrível interpretação das crianças’
- Contras: não quero ficar comparando “ah, não é melhor que o livro”, porque o filme é também muito bom. Mas acho que ele se foca muito mais na figura do Kevin do que na problemática da mãe;
- Veredicto: Precisamos falar sobre o Kevin é um filme incrível, que constrói tensão e faz terror como muitos filmes não conseguem. E, claro, está a dois patamares acima com seus dois principais atores.
Precisamos falar sobre o Kevin (We Need To Talk About Kevin, 2011). Estados Unidos. Dirigido por Lynne Ramsay; escrito por Lynne Ramsay, Rory Kinnear, baseado no livro “Precisamos falar sobre o Kevin” de Lionel Shriver; fotografado por Seamus McGarvey; editado por Joe Bini; trilha-sonora composta por Jonny Greenwood; com Tilda Swinton, Ezra Miller, John C. Reilly, Ursula Parker.
Colocações perfeitas! Apesar de que eu não vejo o contra que tu citaste como um contra, eu defino isso como um plus que o filme oferece ;D
É um belo plus mesmo, mas eu meio que me apaixonei pela Eva. Por um gosto mais pessoal, acho que a visão de o que aconteceu com a mãe, depois de tudo, é mais chocante do que o próprio assassino. Mas o filme é excelente mesmo assim.