Que final. Martha Marcy May Marlene tem um daqueles finais que o cinema proporciona uma vez na vida. Não resolve o mistério do filme, mas é o seu clímax e comprovação.
Esse filme de estréia de Sean Durkin, diretor que pertence a um grupinho de realizadores indie norte-americanos, é uma força surpreendente de suspense. Feito em planos médios, fotografia plana e edição temporal (dividindo passado e presente), Martha Marcy May Marlene fala sobre Martha, uma jovem que foge de um culto recluso, tentando se adaptar à “normalidade” da vida com sua irmã.
A grande sacada do filme, porém, é embarcar na mente de Martha. Ao mesmo tempo que ela vive com sua irmã, lembra de seus dias no culto e, em certo ponto, as duas realidades começam a se misturar e você não vai saber o que é lembrança, presente e ilusão. É essa a grande exploração e mistério de Martha Marcy May Marlene, conseguir identificar o que está na mente de Martha e o que está fora dela.
O final do filme, então, não é a conclusão nem um réquiem. É o ápice desse enigma e, quando a personagem de Elizabeth Olsen (fantástica, que baita atriz) olha para trás pela última vez, você está tão dentro da história que ela vai mastigar você mesmo após os créditos.
- Prós: o incrível roteiro do filme, que mistura a realidade com as lembranças e com ilusões, em uma relação surpreendente entre personagens e um culto misterioso; a interpretação de Elizabeth Olsen é fantástica. Que baita estréia.
- Contras: mesmo o fim sendo magnífico, eu queria mais.
- Veredicto: Martha Marcy May Marlene é um suspense impressionante e bem pensado. Do início ao fim, surpreende pela sua força, simplicidade e profundidade. Uma excelente surpresa.
Martha Marcy May Marlene (2011). Estados Unidos. Escrito e dirigido por Sean Durkin; fotografado por Jody Lee Lipes; editado por Zachary Stuart-Pontier; com Elizabeth Olsen, Brady Corbet, Hugh Dancy, John Hawkes, Sarah Paulson, Louisa Krause, Maria Dizzia, Julia Garner, Christopher Abbott.
Uma consideração sobre “Martha Marcy May Marlene (2011)”